O tucano Manoel Pioneiro deve receber, nas próximas horas, um reforço de peso na corrida à presidência da Assembleia Legislativa. O PMDB, partido do deputado Martinho Carmona, que também quer disputar o cargo, está disposto a trabalhar por uma chapa de consenso. Para isso, os tucanos dariam a primeira secretaria da Casa aos peemedebistas. O acordo prevê ainda que daqui a dois anos, quando terminar o mandato de Pioneiro, os tucanos ajudariam a eleger um nome do PMDB para a presidência do Poder Legislativo.
Ainda hoje, Carmona será chamado a uma reunião com a direção do PMDB para analisar a proposta. Até a noite de ontem, o peemedebista continuava defendendo a candidatura própria, mas já admitia desistir se fosse esse o desejo do partido. “Sou apenas um deputado. Se o PMDB abrir mão, não vou brigar, mas acho complicado o PMDB abrir mão para ficar à mercê (do PSDB)”, disse, afirmando que defende a candidatura por três motivos.
“Primeiro porque será importante para a governabilidade. Sou da base aliada e darei tranquilidade ao governo. Segundo porque vou respeitar e prestigiar os deputados e terceiro porque minha candidatura tem o objetivo de preservar o PMDB. Haverá um equilíbrio (de forças com o PSDB)”, disse o deputado, garantindo que não será candidato a deputado federal, senador ou prefeito nas próximas eleições. “Não usarei a presidência da AL como trampolim para nenhuma disputa”.
Carmona tem o apoio do PT e garante que, se for mantido na disputa, poderia angariar mais de 30 votos, maioria absoluta já que são 41 deputados que vão eleger o novo presidente da Casa. Diário
Apesar dos argumentos de Carmona, o PMDB está mais inclinado a desistir da disputa, formar uma chapa de consenso e garantir a presidência da Assembleia na segunda metade da legislatura que é de quatro anos. O mandato de presidente é de dois anos. Até a noite de ontem, o PMDB não havia definido nomes para a primeira secretaria, caso o acordo com Pioneiro, que começou a ser costurado ontem, seja realmente fechado com a desistência de Carmona.
REUNIÕES
As reuniões entre tucanos e peemedebistas se estenderam pela noite de ontem e a ideia de formar uma chapa de consenso ganhou força. Para isso, tucanos pretendem atrair até deputados da oposição. “Amanhã (hoje) vamos tentar marcar com o PT”, disse o líder tucano na AL, José Megale, explicando que a Mesa da AL deve ser a mais ampla possível. Além do cargo de presidente, serão escolhidos dois vice-presidentes e quatro secretários.
Escolhido como líder do PT para a próxima legislatura, o deputado Carlos Bordalo disse que o PT continua apoiando Martinho Carmona. “Enquanto ele for candidato, estaremos com ele”. Bordalo ressaltou, contudo, que não tem vetos ao nome de Manoel Pioneiro. “Caso haja desistência (de Carmona), teremos que nos reunir novamente porque no último encontro não analisamos esse cenário”. (Diário do Pará)
