O empresário Ubiratan Lessa Novelino, 65, era o retrato da dor ao velar, ontem pela manhã, o filho, o deputado estadual Alessandro Novelino, morto no último sábado, quando o avião em que ele viajava caiu, 18 minutos após deixar o Aeroclube de Belém. O deputado é o terceiro filho morto de forma violenta que Ubitaran vela em menos de cinco anos. Ele era o pai dos jovens Uiraquitã e Ubiraci, assassinados barbaramente em Belém em abril de 2007.
“É preciso ter muita fé”, disse, referindo-se à força que vai buscar para sobreviver a mais uma tragédia na família. Ao lado do caixão, a mãe biológica do deputado, Maria do Socorro Albuquerque, chorava o tempo todo, baixinho. Ela mora em Aracaju e veio às pressas com a notícia da morte do filho.
Além de familiares, outras centenas de pessoas foram ao prédio da Assembleia Legislativa, onde o deputado foi velado ao lado do assessor José Augusto dos Santos, também vítima do acidente - quarto acidente aéreo ocorrido no Pará apenas neste ano.
Jovem empresário, Novelino ficou conhecido na capital paraense por ser dono de uma rede de postos de combustíveis. Em 2002, ingressou na política. Passou por vários partidos e no ano passado, deixou o PSC para ingressar no PMN. Estava no terceiro mandato como deputado estadual e chegou a cogitar ser o candidato ao governo do Estado, mas acabou se aliando ao atual governador Simão Jatene.
Entre as centenas de pessoas que foram ao Palácio Cabanagem na manhã de ontem, muitos políticos, empresários e empregados das empresas de Novelino. O governador em exercício Helenilson Pontes, que no dia anterior já estivera com a família, foi a velório e disse que o governador Simão Jatene, que está viajando, não conseguiu voltar a tempo. “Ele (Jatene) me encarregou de vir e dar todo o nosso apoio”, disse Pontes, ao abraçar o pai do deputado.
HOMENAGENS
O lugar ficou pequeno e o calor, quase insuportável. Da praça em frente ao prédio da AL, já era possível perceber a movimentação. Mais de 70 coroas de flores, enviadas por pessoas físicas, parlamentares e entidades como o Centro das Indústrias foram acomodas na calçada e nas escadarias do Palácio. Pouco depois das 9h30, o padre Elói Wayth começou a celebração da missa de corpo presente. Em seguida, o corpo saiu em cortejo em carro aberto do Corpo de Bombeiros. Ao lado, o corpo do assessor José Augusto, que acompanhara Novelino em sua última viagem.
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