A Adelaide Oliveira pode pedir uma auditoria na Funtelpa (Foto: Rogério Uchôa) |
O Diário Oficial do Estado (DOE) de ontem (6) trouxe exonerações de 103 assessores especiais do Estado. As demissões começaram ainda no governo de Ana Júlia Carepa, que prometeu deixar o mínimo possível para a nova gestão. Por meio da assessoria de imprensa, o novo governo informou que as demissões vão continuar, mas ainda não haveria um levantamento completo do total de dispensas a serem feitas.
A estimativa é de que o governo de Ana Júlia Carepa tenha deixado cerca de 700 assessores e todos devem ser dispensados. Alguns serão substituídos por nomes escolhidos pelo novo governador, Simão Jatene, mas a ideia é não reocupar todos esses cargos porque o Estado estaria em regime de contenção de gastos.
Até o início da próxima semana, o novo governo espera receber dos secretários e dirigentes de órgãos, os relatórios que vão fazer um retrato da situação de cada pasta. O governador pediu aos novos dirigentes que respondam a um questionário com 14 itens, entre eles, as despesas realizadas e não empenhadas, dívidas com água e luz e situação dos temporários.
Os relatórios serão acompanhados de fotos e vídeos para registro da situação física da sede dos órgãos da administração direta e indireta.
Embora o governador venha repetindo que não haverá devassa nos órgãos públicos, uma força-tarefa ligada à Secretaria de Governo (Segov), foi criada para levantar a situação de cada secretaria, empresa pública ou fundação, caso isso seja solicitado pelo novo gestor.
Na Fundação de Telecomunicações (Funtelpa), por exemplo, a nova presidente Adelaide Oliveira se reuniu ontem com a Auditoria e Procuradoria do Estado. O secretário de Comunicação, Ney Messias, confirmou que deve ser pedida uma auditora no órgão.
TENSÃO
O clima entre a nova gestão e a anterior é de tensão. Prova disso foi a decisão da ex-presidente do Hangar - Centro de Conveções da Amazônia, Joana Pessoa, de entregar a chave do empreendimento num cartório da cidade, onde foi depois retirada pelo secretário de Cultura, Paulo Chaves. O secretário registrou que recebeu as chaves, mas ressaltou que ainda falta a prestação de contas para população
Ao mesmo tempo em que a equipe faz o levantamento da situação dos órgãos, Simão Jatene trabalha para finalizar a equipe. Três secretarias (de Urbanismo, de Desenvolvimento Social e de Trabalho) ainda estão sem titulares e falta nomear também os dirigentes de órgãos como a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), para onde está cotado o ex-secretário de Produção no governo anterior de Jatene, Wilmos Grunvald. A expectativa é de que até o início da próxima semana esse quadro esteja fechado. (Diário do Pará)