Cerca de 50 trabalhadores sem-terra e ativistas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tomé-Açu invadiram, na manhã de ontem e pela segunda vez em menos de um ano, a fazenda Mancha Negra, localizada na região do Canindé, próximo à vila da Forquilha, em Tomé-Açu, e que pertence a Cléia Pancieri, viúva do empresário Zula Pancieri. Segundo informações obtidas com o major PM Mascarenhas, comandante da 14º Companhia Independente da Polícia Militar, sediada em Tomé-Açu, os invasores teriam ocupado a propriedade rural por volta das 8h da manhã. Eles teriam expulsado os empregados da fazenda, que foram obrigados a fugir em direção à floresta de preservação ambiental da propriedade, e depois botaram fogo na sede daquela propriedade rural, nos galpões e em máquinas agrícolas que estavam estacionadas.
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A propriedade, invadida no início do ano passado, e que fica na região do Canindé, próxima à vila Forquilha, havia sido reintegrada pelo Comando de Missões Especiais da PM no último dia 12 de novembro daquele mesmo ano. Por conta disso, a dona da fazenda acredita que a invasão e destruição da propriedade tenha sido uma retaliação à decisão do juiz Sérgio Ricardo de Lima, titular da Vara Agrária de Castanhal, que deferira a reintegração de posse em desfavor dos sem-terra, apoiados pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tomé-Açu, hoje presidido por Raimundo Nonato da Costa. Um homem conhecido por "Periqueti" é quem estaria na operação direta de destruição da fazenda.
Por todo o dia de ontem, o major Mascarenhas organizava sua tropa para se deslocar até o local em litígio, e que fica a mais de 60 quilômetros de distância do centro de daquele município localizado no Vale do Acará. A dificuldade maior era, além da falta de transporte para a tropa se deslocar, fazer o percurso até a "Mancha Negra", já que a estrada que leva àquela propriedade é hoje de dificílimo acesso, quase que intransitável. Por todo o final da tarde e noite de ontem, tropas do Tático de Castanhal, da Tropa de Choque de Belém se deslocavam para a área.