MÃE DE 79 CENTÍMETROS AGRADECE A DEUS E À SANTA CASA PELO SEU BEBÊ

Maria do Socorro e o filho, Abner, protagonizam um carro raro na medicina. Ela pode ser a menor mulher do planeta a dar à luz.
O bebê terá acompanhamento especializado na própria Santa Casa do Pará
No último dia 18, nasceu na maternidade do Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará um bebê pesando 2 quilos e 375 gramas e com 46 centímetros de altura. Abner é o primeiro filho de Maria do Socorro Gomes dos Santos, 37 anos e apenas 79 centímetros de altura, 33 centímetros maior que o bebê. Possivelmente, ela é a segunda menor mãe do mundo.
O fato inusitado do ponto vista da medicina é que Maria do Socorro tem apenas oito centímetros a mais que a menor mãe do mundo, a americana Stacey Herald, 35 anos e 71 cm. Por isso, o obstetra José Carlos Cavalcante, que fez todo o pré-natal de Maria do Socorro no Ambulatório de Alto Risco, acredita que ela possa ser a segunda menor mãe do planeta.
José Carlos Cavalcante explicou que há dois tipos de nanismo: o hipofisário, em que os portadores têm redução proporcional do corpo e membros, e a aconplasia, em que os membros são tortuosos, caso de Maria do Socorro. De acordo com o médico, trata-se de uma doença do sistema ósseo, de transmissão hereditária, por isso o bebê, aparentemente saudável, terá acompanhamento especializado.
Com 25 anos de formação, o médico disse que já havia feito pré-natal de pessoas portadoras de nanismo, mas Maria do Socorro foi a menor. Apesar disso, sua gravidez foi considerada tranquila. "Já atendi pessoas de estatura normal, com maior risco. O fato inusitado, sem dúvida, é a estatura da mãe", observou. "Ela fez o pré-natal corretamente, tendo uma gestação completa de nove meses", acrescentou.
Ele informou, ainda, que foi fundamental o apoio da família, pois em certo momento Maria do Socorro, devido ao peso da barriga, já não conseguia ficar em pé.
Cirurgia - A obstetra Mary Helly Valente da Costa, da equipe do Centro Obstétrico, explicou que em função da má formação da coluna, não foi possível fazer anestesia raquidiana ou peridural, sendo necessária anestesia geral. Com esse tipo de anestesia, o bebê pode nascer sem chorar, mas com o suporte da neonatologia na sala de parto o bebê teve toda a assistência necessária e nem precisou ficar na UTI Neonatal. A mãe, apenas para controlar alguma intercorrência, ficou algumas horas na UTI. Assim, mãe e filho puderam ficar logo juntos na enfermaria especial para gravidez de Alto Risco. "Tivemos que fazer tudo rápido. O parto durou cerca de 40 minutos, mas foi um sucesso", afirmou a médica, satisfeita com o resultado do trabalho da equipe.
(Roberta Vilanova - Fundação Santa Casa)

 
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