PERERECA

Zenaldo nega irregularidades e afirma ter ficado surpreso com a informação de que fraudes na Assembléia ocorreriam desde 1993.

O deputado federal licenciado e chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Zenaldo Coutinho, disse hoje ter ficado “surpreso” com as informações do Ministério Público Estadual de que as supostas fraudes na Assembléia Legislativa, que resultaram na prisão de quatro servidores da Casa, vinham ocorrendo desde 1993.
“Eu nunca ouvi nem sequer um bizu sobre isso nos corredores da AL e nunca vi nem mesmo uma nota nos jornais. Tanto na época, quanto de lá até hoje, jamais li uma vírgula sobre qualquer irregularidade naquela época”, afirma Zenaldo, que presidiu a Assembléia Legislativa entre 1995 e 1996.
Ele acredita que a referência a 1993 possa estar relacionada à modernização do sistema de informática da AL.
“Quando assumi a AL, em 1995, o sistema de informática era Jurássico, com aqueles computadores que mais pareciam um armário. Modernizamos o sistema, mas não foi possível migrar todas as informações. Só deu para fazer isso de 1993 para cá”, explica.
Quer dizer: a referência a 1993 pode se dever ao fato de o backup feito no sistema pelo MP só ter alcançado até aquele ano, já que os arquivos mais antigos permaneceram em papel.
Ele lembra, também, que, na época, a própria estrutura e disponibilidade de dinheiro eram bem menores.
“Se não me falha a memória, eram de três a cinco assessores por deputado e só havia carros à disposição dos integrantes da Mesa Diretora e dos líderes partidários. Também não tínhamos grandes salários, porque aplicávamos o redutor constitucional”, recorda.
Além disso, observa, havia um monitoramento cruzado das folhas de pagamento e todas as decisões, que eram tomadas em conjunto pela Mesa Diretora, eram registradas em ata e publicadas no Diário Oficial do Estado. “Essa é uma memória de fácil acesso”, diz ele, “Está tudo nos arquivos”.
Segundo ele, o controle na Casa era tão rigoroso que ele mesmo, certa vez, chegou a requerer uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nas folhas de pagamentos.
O problema é que a Mesa aplicava o redutor até sobre vantagens pessoais, o que gerava descontentamento. E o próprio TCE teria acabado concluindo “que eu estava sendo mais rigoroso do que deveria na aplicação do redutor constitucional”.
Disse, ainda, que, em 1995, a AL chegou a devolver R$ 800 mil ao Estado, para que o dinheiro fosse usado na aquisição de veículos e armamentos, para as polícias civil e militar.
Mesmo assim, conforme acentuou, foi durante a sua administração que teve início a ampliação da Assembléia Legislativa, com a aquisição do prédio anexo, onde hoje funciona o plenário.
Por isso, assegura, não está preocupado com as investigações.
“Estou dormindo o sono dos justos e das crianças”, afiança. 

 
BLOG ARIEL CASTRO © 2012 | Designed by NOVA CV