O Sindicato dos Taxistas Autônomos de Castanhal (Sinditaxi) solicitou ao Ministério Público que sejam tomadas providências contra os taxistas que têm concessões públicas de outros municípios da região para fazer o transporte de passageiros, mas que estariam invadindo a área urbana de Castanhal, prejudicando a atividade dos que estão legalmente estabelecidos na cidade. Segundo o presidente da entidade, o taxista Sirley Damasceno, diariamente pelo menos 150 taxis de vários municípios cujas populações dependem da estrutura de serviços existentes em Castanhal (comércio, rede bancária, cartórios e órgãos públicos, como os da Previdência Social e dos Correios) chegam a Castanhal com passageiros. Esses taxistas, segundo ele, estão fazendo corridas pela cidade para, no final da tarde, retornarem às suas cidades de origem levando de volta os passageiros transportados pela manhã.
"Estamos tentando chamar a atenção dos órgãos ligados ao setor de transporte, como as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, a Arcon (Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos), Detran e Semutran (Secretaria Municipal de Trânsito de Castanhal), para que juntos possamos resolver um problema que se inicia em cidades vizinhas e vem trazer prejuízos para os taxistas aqui de Castanhal. São carros de Terra Alta, Marapanim, Curuçá, São João da Ponta, São Domingos do Capim, Bonito, Mãe do Rio, Bragança, Capanema, Santa Maria do Pará, São Miguel do Guamá e outros, que estão praticando essa ilegalidade em prejuízo dos taxistas de Castanhal", explica Sirley. Alguns taxistas, como os da área da Ceasa de Castanhal, dizem que o faturamento caiu em até 50%. (ORM)
O que eles pedem é fiscalização. Mas alguns taxistas acusados de transporte ilegal dizem, por exemplo, que estão autorizados pela prefeitura do município a trazer passageiros de Terra Alta. "Mas nenhum desses taxistas têm autorização para rodar em Castanhal", diz o secretário de transporte da cidade, Nelson Lemos. Mesmo assim, os taxistas castanhalenses pedem que a Semutram faça uma fiscalização mais rígida, e indica os locais de maior fluxo desses taxistas ilegais, a maioria no centro da cidade.
"É preciso punir para que essas pessoas não tirem nosso sustento familiar", argumenta um taxista da Ceasa de Castanhal. Para o presidente do Sinditaxi, o transporte clandestino se estende às vans do transpor alternativo. "Pagamos nossos impostos, a manutenção dos nossos veículos para oferecer um serviço de qualidade e seguro à população de Castanhal. Por isso que pedimos essas providências ao Ministério Público", afirma Sirley Damasceno.
