Cerca de 20 mil remédios estarão mais caros a partir de amanhã (1º). O reajuste varia entre 3,54 e 6,01%, conforme definição da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), cuja decisão já foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Embora aparentemente baixo, o aumento vai mexer no orçamento de muita gente. Principalmente no bolso de quem toma medicamento todos os dias. Mas é possível fugir - ou pelo menos tentar - escapar dos novos preços. Desde que o usuário procure e se torne adepto dos programas que oferecem descontos vantajosos e até mesmo a gratuidade de dezenas - talvez centenas - de medicamentos. Em alguns casos, é possível economizar até 90%.
Em Belém, as grandes redes de farmácia já receberam o comunicado para reduzir os preços de parte dos medicamentos comercializados por elas. Ricardo Kitamura, diretor executivo de uma rede de drogarias do Estado, informou que as indústrias estão enviando as novas tabelas de preços, que devem ser praticados a partir de amanhã. Assim, diz o executivo, o consumidor deve procurar pelos programas que viabilizam descontos que podem chegar a 60%. Orm
"Temos dois programas que podem ajudar o consumidor a driblar o reajuste: o ‘Programa Amigo’, onde o preço dos remédios é diferenciado tanto para os de marca, similares ou genéricos, bastando que seja feito um cadastro na própria farmácia", explica Ricardo Kitamura, que também cita o programa "Amigo Fiel", que concede descontos específicos para medicamentos de uso contínuo para portadores de hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas.
Com 90 lojas no Pará, a Big Ben integra o programa "Aqui Tem Farmácia Popular", oferecendo atendimento em pelo menos 85 unidades. O programa, do governo federal, que tem como objetivo distribuir medicamentos para hipertensão e diabetes de graça para a população. Carla Guerreiro, responsável técnica da rede, diz que todos os remédios cuja base é composta de captopril, enatopril, propranatol, atinalal, losartana potássica e hidroclorotiasida, indicados no tratamento da hipertensão, podem ser adquiridos gratuitamente pelo consumidor. E, para os portadores de diabetes, os medicamentos cuja base é a glibenclamida, o metiformina, e as insulinas regular e NTH, a regra da gratuidade também vale. "Basta apresentar a receita e retirar o remédio", afirma Carla Guerreiro.
Porém, a reportagem entrou em contato com o serviço de entrega de remédios por telefone da rede, solicitando preços do medicamento Diovan, um dos que fazem parte do programa "Farmácia Popular" e que deveria ser gratuito, e foi informada sobre o valor do produto: R$ 51,12, já com o desconto oferecido aos clientes da farmácia. Em nenhum momento a atendente esclareceu que o medicamento solicitado poderia ser adquirido de graça. Além dos programas oferecidos por farmácias, outra boa forma de dar um pontapé no reajuste é optar pelos genéricos ou similares.