ARANHA PODE GERAR SUCESSOR DO VIAGRA

ARMADEIRA - Substância do veneno da aranha provoca priapismo nas vítimas
Existem mais de 40 mil espécies de aranha em todo o mundo. Na Amazônia, estima-se que existam em torno de 5 mil, apesar de menos de duas mil estarem registradas. De todo esse contingente de aracnídeos, uma espécie ganhou os holofotes nos últimos dias: a Phoneutria (nome científico), conhecida como aranha armadeira, única da Amazônia considerada perigosa. A notícia de que o veneno da armadeira, uma das aranhas mais agressivas do planeta, pode causar ereção de até quatro horas e, por isso, está sendo estudado como possível substituto do Viagra, ganhou destaque em sites estrangeiros como Daily Mail, Fox News e The Week. Mas é bom que os incautos saibam: a dor da picada da armadeira não é nada prazerosa e certamente não compensa as horas extras de ereção.

O LIBERAL procurou o doutor em zoologia, com especialização em aracnologia, Alexandre Bonaldo, do Museu Paraense Emílio Goeldi, para esclarecer algumas dúvidas sobre o bicho peçonhento mais célebre dos últimos dias. Segundo Bonaldo, a armadeira existe em todo o país, mas na Amazônia é encontrada só na floresta. "Aqui, a maioria dos casos (de envenenamento) ocorre com pessoas que vão trabalhar no mato, virando tronco, essas coisas. Não são acidentes caseiros. São acidentes de trabalho. As pessoas que têm sítio também precisam ter cuidado. Mas elas são animais noturnos e, dificilmente, você vai estar à noite no meio do mato. Só se você estiver pescando ou coisa assim. Esses bichos costumam ficar em cima das árvores, nos troncos e, às vezes, até nas folhas. Essa é uma diferença. Lá no Sul eles ficam no chão. Aqui no Norte elas sobem nas árvores e ficam nos troncos e galhos. Então, é mais fácil estar andando pelo mato, se encostar numa árvore e aí ela te picar", explica.
O gênero Phoneutria tem oito espécies. Todas provocam priapismo (ereção contínua do pênis). "A phoneutrica tem veneno de ação neurotóxica, de ação sistêmica, que vai para o cérebro. E aí causa priapismo, que é a ereção involuntária, e vários sintomas no corpo inteiro, tipo dor intensa, e também pode levar à falência de órgãos. É muito rara a morte por causa disso. Geralmente os acidentes não são tão graves. A pessoa passa uns três dias ‘morrendo de dor’, mas depois se recupera. Os casos mais graves envolvem crianças e pessoas mais velhas", disse Alexandre Bonaldo.
Oliberal

 
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