A greve dos bancários em todo o País deve ser mantida pelo menos até a próxima semana, segundo previsão do sindicato da categoria no Pará. Os bancários reclamaram da falta de diálogo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que, após nove dias de paralisação, até ontem não havia convocado uma reunião. A presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, explica que todos os bancos públicos do Estado aderiram ao movimento, e os funcionários permanecem de braços cruzados.
Já no caso das instituições particulares, algumas conseguiram, por meio de liminar de interdito proibitório, manter as agências funcionando com normalidade, como o Itaú. Amorim afirma que a diretoria do Bradesco também deve tentar obter uma liminar para abrir as portas. Os funcionários dos demais bancos privados mantêm a greve. A presidente do sindicato assegura que a categoria está mobilizada e já trabalha para derrubar a liminar obtida pelo Itaú.
A mobilização conta com a paralisação de 70% da categoria, segundo Amorim. Na porta das agências não são feitos piquetes, e poucos funcionários participam dos atos diários feitos pelos bancários. "O movimento inclui reuniões nas agências, para convencer os colegas a aderir. Alguns estão garantindo os serviços básicos, que é a compensação de cheques e a manutenção dos caixas eletrônicos", explica a presidente do sindicato.
Lotérica -
O gerente afirma que, nas lotéricas, estão disponíveis os serviços de recebimento de benefícios como seguros e FGTS, além de pagamento de boletos bancários dentro do prazo de vencimento, e faturas de concessionárias, como de água, de luz e de telefone. O professor Walmir Almeida teme utilizar os serviços bancários via internet. "Eu uso pouquíssimo a internet para transações financeiras, assim como os centros lotéricos. No caso dos recursos on-line, eu acho arriscado", diz (ORM) Com a greve, os centros lotéricos ficaram lotados. Segundo o gerente Luis Shibata - que não soube pontuar o percentual de crescimento - o volume de atendimentos cresceu assustadoramente. "É normal, com a greve, que o atendimento fique mais sufocado. Poucos clientes utilizam os serviços bancários via internet. Tem gente que prefere ver o recibo", assegura. Shibata orienta os clientes a atentar para os limites de recebimento de contas por parte das lotéricas. "Nos correspondentes bancários é permitido pagar contas de no máximo R$ 1 mil. Da mesma forma ocorre com o saque, se for durante a semana. Aos sábados, o limite para saque é de R$ 500,00", explica. ORM