Conselheiros da OAB querem renúncia de Vasconcelos
A situação está insustentável na Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA). Três caminhos estão sendo discutidos por conselheiros que não aceitaram a venda do terreno da subseção de Altamira e foram surpreendidos pela descoberta de que a assinatura do vice-presidente Evaldo Pinto na procuração para a finalização do negócio havia sido falsificada. A renúncia do presidente Jarbas Vasconcelos é uma hipótese admitida até por conselheiros mais próximos a ele, mas isso dificilmente ocorrerá por iniciativa do próprio dirigente. Também é cogitada a renúncia coletiva da diretoria e a criação de uma junta governativa.
A última hipótese, no caso de derrota da tese da renúncia do presidente, seria a saída dos conselheiros insatisfeitos. Se isso vier a ocorrer, ela seria barulhenta, o que ampliaria ainda mais o desgaste que a OAB regional já experimenta por conta de uma transação com todo cheiro de falcatrua e temperada pela fraude da assinatura em cartório.
Vasconcelos sequer cogita renunciar e tem dito a amigos que não dará essa satisfação aos que criticam seu trabalho. Ele enxerga uma articulação política para apeá-lo do poder. Ao DIÁRIO, advogados próximos de Vasconcelos confessam que o presidente demorou a perceber os efeitos do estrago que provocou na imagem da OAB com a malsinada venda do terreno.
E mais: teria subestimado o poder de fogo dos descontentes, deixando para retornar a Belém dez dias depois que o incêndio se alastrava para fora da OAB. Para esses conselheiros, Vasconcelos deu um tiro no próprio pé, criando duas comissões inócuas para apurar a venda e a fraude na assinatura. Foi a maneira que ele encontrou de dizer ao Conselho Federal da entidade que pode investigar o caso sem a interferência de Brasília.
O efeito prático do trabalho das comissões de Vasconcelos, ainda de acordo com avaliação de conselheiros, será quase nenhum, diante da presença de três conselheiros federais com poder para investigar tudo e isenção suficiente para apontar eventuais culpados pela tramoia. Leia mais no Diário do Pará.