DEPENDÊNCIA
Adolescência é fase crítica por causa da curiosidade e da pressão dos "amigos"
A morte da cantora britânica Amy Winehouse, 27 anos, trouxe de volta o tema da dependência química de drogas como cocaína, ectasy, crack, óxi, entre outras. O psiquiatra Efraim Teixeira lembra que as drogas são substâncias psicoativas, que produzem estímulos no cérebro. "No cérebro humano existe uma estrutura chamada ‘sistema de recompensa’, responsável pela sensação de prazer e quando realizamos alguma atividade que nos traz prazer, essa área libera substância denominada ‘dopamina’, importante neurotransmissor. No caso da droga, ela estimula diretamente o sistema de recompensa e, em poucos segundos, provoca a liberação de ‘dopamina’, corrompendo-o totalmente. Então, o cérebro aprende a sentir prazer somente com a droga, que libera ‘dopamina’ facilmente, pulando todas as etapas. Os pacientes quando estão em estágio mais grave param até de se alimentar", explica. Isso faz com que o indivíduo perca o prazer em atividades como estar com a família, trabalhar, estudar, namorar, etc. Dependendo da droga, o sistema de recompensa será estimulado mais rápida ou lentamente. Os casos mais graves envolvem crack e óxi, que, depois de serem fumados, em poucos segundos estimulam o sistema recompensa. "Essas drogas causam dependência muito rápida e estímulo no cérebro muito curto. A pessoa tem que estimular de novo o cérebro para se livrar dos sintomas de abstinência, quando passa o efeito da droga. Aí, tem que acender mais uma pedra, logo em seguida mais outras e assim por diante, se tornando cada vez mais dependente. É possível que em poucas semanas a pessoa fique dependente", alerta.
Na opinião do psiquiatra, a curiosidade na adolescência leva ao consumo do álcool e depois às drogas ilícitas. "Embora o álcool seja uma droga legalizada, acaba levando as pessoas para as outras drogas", avalia.