A Defensoria Pública do Estado do Pará, órgão responsável pelo atendimento jurídico gratuito ao cidadão, ainda precisa de pessoal para suprir a grande demanda no Estado, principalmente nos municípios do interior. Em vários municípios de menor porte, como Santo Antônio do Tauá e Igarapé-Mirim, há apenas um defensor para atender toda a população, segundo informações da própria Defensoria.
De acordo com o defensor público geral do Pará, Antônio Roberto Cardoso, o Estado tem "empreendido esforços no sentido de aumentar o pessoal e, assim, garantir o atendimento." Segundo Cardoso, o último concurso para defensor do Estado ocorreu em 2010, no qual foram preenchidas 143 vagas. Todos os aprovados já foram nomeados pela administração estadual e grande parte deverá atuar no interior do Pará, justamente para suprir esta carência.
O defensor geral acredita que a dificuldade no atendimento é decorrente da grande demanda que há pelos serviços da Defensoria. "Hoje, podemos dizer que 90% da população do Estado são clientes potenciais dos defensores públicos, em virtude de não terem recursos para arcar com os custos do processo. É uma demanda que cresce a cada dia", avalia Cardoso. Segundo informações do órgão, ao longo do ano passado o Disque-Defensoria recebeu 190 mil ligações de todos os municípios do Estado. "Além de atuar no processo em si, os defensores também possuem o dever de prestar orientações jurídicas à população", lembra o defensor.ORM
Atualmente, o quadro da Defensoria Pública do Pará conta com 305 defensores públicos, sendo que 117 atuam na capital. Os outros 188 estão distribuídos pelo interior do Pará, resultando na média de 1,30 defensor por município. De acordo com o defensor geral, ainda existem 41 vagas abertas no quadro de defensores do Estado. "Também temos muitos servidores se aposentando, então, provavelmente, em breve, teremos que realizar um novo concurso. Nós estamos empenhados em assegurar o direito ao atendimento jurídico gratuito aos paraenses", concluiu o defensor.