NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS JORNALISTAS DO PARÁ

Nota de Repúdio



Nós, do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) repudiamos veementemente todas as formas de violência e assédio moral praticados contra as jornalistas profissionais, Michelle Muniz e Aline Saavedra, que assumiram a Assessoria do Clube do Remo, em agosto desse ano, a convite do presidente Sérgio Cabeça.

Os fatos denunciados - e publicados em redes sociais e diversos blogs - ganharam ampla repercussão, são graves e merecem uma resposta não apenas às jornalistas e a este Sindicato, mas a toda a sociedade.

Exigimos explicações e um posicionamento claro da direção do clube, no sentido de se retratar com as colegas e coibir práticas profissionais inadmissíveis em pleno século XXI, como a de assédio moral.

Vítimas de várias agressões (conforme divulgação na imprensa), as jornalistas foram por diversas vezes desrespeitadas, humilhadas e hostilizadas por alguns diretores e o técnico atual do clube, fazendo chacotas, inclusive sobre o fato de serem mulheres.

Destacamos que nós, da gestão 'Orgulho de ser Jornalista' repudiamos toda e qualquer atitude de desrespeito e violação de direitos contra jornalistas, com destaque especial para casos de assédio moral, pois entendemos que esse se configura como uma das mais graves práticas contra profissionais, comprometendo, inclusive, a saúde das vítimas.

As denúncias apresentadas pelas jornalistas demonstram tratar-se, claramente, de mais um caso de violação do exercício da profissão contra jornalista, agravado, nesse caso específico pela demonstração explícita de preconceito de gênero. O machismo presente nas falas, ataques e condutas contra as jornalistas são mais inadmissíveis ainda. Justamente hoje - Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra Mulheres - quando se inicia uma campanha mundial, em 160 países, de combate à violência contra a mulher, caracterizada pela OEA, em 1994, como “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada”.

Nós, jornalistas, profissionais da informação e que contribuímos de forma decisiva para o exercício da democracia nesse país, não podemos aceitar e nos calar diante de atitudes machistas e qualquer forma de assédio.

Por tudo isso, reiteramos nossa exigência de explicações e posicionamento do Clube, pois acreditamos que o combate a essas práticas, veladamente, violentas deve ser o papel de todos aqueles que se pautam na ética e sonham com uma sociedade melhor.





Sheila Faro

Presidente do Sinjor-PA

Diretora da Federação Nacional dos Jornalistas

 
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