Aumento entre R$ 0,03 e R$ 0,04 chegará às bombas na segunda
A decisão do governo federal que reduz de 25% para 20% o teor de álcool anidro misturado à gasolina vendida nos postos do País, e entra hoje em vigor, deve pesar no bolso do consumidor. Com o litro sendo vendido entre R$ 2,55 e 2,89, o aumento deve variar entre R$ 0,03 e R$ 0,04, dependendo do estabelecimento, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Estado do Pará (Sindepa), Alírio Gonçalves. Apesar de sustentar que o aumento chegará às bombas somente na próxima segunda-feira, é provável que alguns postos reajustem os preços a partir de hoje.
Alírio explicou ontem que ainda não sabia o percentual de reajuste estipulado pelas distribuidoras de combustível, informação que teria hoje de manhã. Porém, suas estimativas apontam um acréscimo de até R$ 0,04 no litro somente da gasolina. O presidente do Sindepa detalhou que o repasse ao consumidor está ligado à medida do governo em reduzir a porcentagem de álcool anidro na composição da gasolina, que até ontem era de 25% e hoje, por meio de decreto presidencial, passa a ser de 20%.
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A medida tomada pelo governo federal tenta evitar a falta de etanol no mercado, cujo preço tem disparado nas últimas semanas. A estratégia é oferecer mais álcool no mercado, com a redução na composição da gasolina, para não haver risco de desabastecimento. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que é preciso garantir o abastecimento para este ano e para 2012. "Sabemos que a safra do próximo ano não será muito melhor que a atual", disse.
Em abril passado, o governo já havia decidido reduzir o percentual de álcool anidro à gasolina. Na época, foi estabelecido o piso de 18% e o máximo de 25% de adição, regra que alterou o intervalo de 20% a 25% em vigor até então. É possível que, mais adiante, haja uma nova redução, podendo chegar até 18%. O governo federal estima que o percentual menor de anidro diminua o preço do álcool e, por tabela, o valor do litro da gasolina, porém, não agora.
Reclamações - O consumidor reclama do reajuste. Edson Alves, 38 anos, abastecia em um posto na BR-316, em Marituba, quando ficou sabendo da alteração. "É sempre um baque no bolso. Qualquer aumentozinho faz muita diferença", comentou Alves, que recebe 40 litros de combustível da empresa em que trabalha para se deslocar. "Agora essa quantidade é só uma parte do que gastamos. Tem o consumo pessoal também. Como sempre, nós que vamos pagar. É sempre o consumidor que recebe o repasse financeiro dessas medidas", reclamou. No posto, o gerente Anderson Gleybe, afirmou que o aumento só ocorrerá, de fato, quando o estabelecimento receber um novo abastecimento da distribuidora. "Por aqui o preço permanece igual. Só muda a partir de segunda-feira mesmo", ressaltou.