ALUNOS CONTINUAM SEM AULAS NA REDE ESTADUAL

Apesar da determinação da Justiça para que 50% dos professores, em greve há uma semana, retomassem as atividades, os alunos das escolas públicas estaduais permaneceram sem aulas em Belém, ontem de manhã. De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), o movimento ainda não havia sido notificado da decisão até a noite de ontem. Segundo o coordenador geral do Sintepp, Willian Silva, o posicionamento oficial da categoria só será tomado após a notificação da Justiça.
Integrante do colegiado do Sintepp, Antônio Neto disse que hoje, a partir das 8 horas, haverá uma reunião no Sintepp. "Depois iremos até o Fórum de Belém, na Cidade Velha, para saber sobre a notificação. Na quarta-feira vamos ter assembleia geral na Escadinha do Cais do Porto e passeata até o TJE, na Cidade Velha. Mesmo que sejamos notificados pela Justiça vamos permanecer em greve até a assembleia de quarta-feira", garantiu Neto.
No final da tarde de ontem, a Seduc divulgou a seguinte nota: "A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que 43,23% das escolas da rede estadual de ensino estão paralisadas por conta do movimento grevista. Na Região Metropolitana de Belém, o percentual de escolas paralisadas chega a 58,40% e no interior do Estado a 55,87%. Esses dados são do levantamento diário feito pela Seduc junto as Unidades "Seduc na Escola" (USE) e Unidades Regionais de Educação (UREs). A Seduc reitera o pedido de retorno dos professores que querem lecionar, assim como dos alunos, sobretudo daqueles que estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio e para os processos de seleção dos vestibulares. O pedido reforça a medida do Tribunal de Justiça do Estado, que determinou o retorno de 50% dos professores que aderiram à greve".
Aulas - A reportagem percorreu seis grandes escolas ligadas à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ontem pela manhã. Em nenhuma delas os estudantes tiveram aulas normalmente. No Colégio Deodoro de Mendonça, no bairro de Nazaré, a solução encontrada foi um acordo entre os professores para manter as aulas pelo menos para as turmas do convênio, que se preparam para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Os professores se comprometeram a dar aula para os alunos do convênio, mas tivemos de montar um horário especial e eles (professores) não estão batendo ponto", informou a diretora da escola, Otacília Costa. Todas as outras turmas foram dispensadas. A mesma situação foi verificada no Colégio Orlando Bitar, também em Nazaré. Mas, ontem de manhã, nem mesmo os professores do convênio apareceram. "Viemos na expectativa de assistir essas aulas, mas até agora não chegou nenhum professor", contou a estudante Mayara Oliveira, por volta das 8 horas.
Nas outras quatro escolas visitadas também não houve aula. No Pedro Amazonas Pedroso, na avenida Almirante Barroso, dois professores compareceram, mas faltaram alunos. Nos colégios Souza Franco e Ulisses Guimarães nem professores nem alunos apareceram na segunda-feira. "Estamos aqui aguardando, mas até agora não apareceu ninguém. Os estudantes veem pela televisão que a greve continua e não vêm pra escola", disse uma funcionaria da secretaria do Colégio Ulisses Guimarães. No Augusto Meira, umas das maiores escolas da rede pública estadual, apenas duas turmas foram convocadas para fazer prova. "Era para ter concluído na semana passada, mas o professor não veio e remarcaram para hoje. Mas já fomos avisados que depois da prova não tem mais aula", contou Letícia Souza.

 
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