MULHER MORRE AO SER RECUSADA NO PSM

Mais uma família de Belém chora pela morte de um parente, vítima do descaso com a vida humana. Uma mãe que perde a filha, um marido que perde a esposa e dois adolescentes que perdem a mãe. Assim é a história vivenciada pela família da empregada doméstica Kátia Cilene Souza de Deus. Ela não teve sequer a oportunidade de lutar pela vida. A mulher, de 35 anos, já estava doente há algum tempo, mas era paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) e nunca descobriu o que realmente tinha. Ontem, foi buscar atendimento no PSM e saiu sem vida de lá. Rosalina Gomes de Deus, mãe de Kátia Cilene, conta que a filha ainda chegou com vida ao PSM da 14 de Março, por volta das 9h, mas os médicos se recusaram a atendê-la. “Ela chegou de ambulância e eles afirmaram que não tinha médico, mas os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) disseram que eles tinham que pelo menos tentar reanimá-la”, diz, inconsolável, a mãe. FALTA DE MÉDICOS - Kátia entrou, mas não foi avaliada pelos especialistas. “Quando nós fomos chamar, o médico disse que não ia largar o que estava fazendo para atender a minha filha”. Quando a vida de Kátia estava se esvaindo, os médicos apareceram, mas já era tarde. “Se a minha filha tivesse sido atendida antes, tenho certeza que não tinha morrido. Foi negligência médica”.Kátia morava no Icuí-Guajará, mas há cerca de duas semanas estava na casa de Rosalina, no Telégrafo, para cuidar da saúde. Na manhã de ontem, ela estava com a pressão muito baixa e chegou a desmaiar. A falta de médicos no PSM do Umarizal deixou muita gente sem atendimento na manhã de ontem. De acordo com os atendentes do hospital, não havia clínico geral. Dayane Rodrigues estava em uma parada de ônibus, na avenida Almirante Barroso, quando começou a passar mal e foi socorrida por uma ambulância.De acordo com o socorrista do Samu que a atendeu, a jovem estava com desidratação aguda e edema nos dois olhos, mas teve que procurar outro hospital, pois lá não havia quem pudesse atendê-la. O mesmo aconteceu com a esposa do eletricista João Alves da Silva. Ela estava com muita febre desde a quarta-feira. Ontem, ela foi até a Unidade de Saúde da Pedreira, mas não havia médico, e depois para o PSM da 14, onde também não tinha profissionais da área. “Vou levar ela para casa. Isso é um absurdo, as pessoas morrem e ninguém faz nada. É melhor eu mesmo ir cuidar dela, porque se depender do sistema público de saúde, fica do jeito que está”. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que a paciente Kátia Cilene Souza apresentava palidez, falta de ar e inchaço no corpo, sintomas de um quadro muito grave. Ao dar entrada no hospital, segundo a nota, a paciente foi atendida pelo médico na sala de reanimação (sala de choque), mas teve uma parada cardio-respiratória e morreu. Em relação ao médico que deveria estar de plantão na manhã de ontem, no setor de clínica médica, a informação é que ele faltou por motivos pessoais, mas um médico substituto foi acionado de imediato para realizar o atendimento no hospital. (Diário do Pará)

Ai está um reportagem para aqueles que costumam falar mal da saúde de São Miguel, mau sabem eles, que em se falando de saúde no nordeste paraense, a terra do tijolo está na frente de muitos Municípios.

 
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