ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICA SÃO OBRIGADOS A VARRER SALA DE AULA


Secretaria da Educação de SP vai apurar denúncia feita por estudantes.Diretora se defende, diz que limpeza não é obrigatória.
Os amigos D.L.S. e A.S.C reclamam de ter de varrer a sala de aula Depois de um dia cansativo, ainda resta aos alunos da Escola Estadual Professora Maria Petrolina, na Zona Sul de São Paulo, uma última tarefa: varrer a sala onde estudam.
A denúncia foi feita ao G1 por pais e alunos. Procurada, a diretora confirmou a varrição, mas negou que ela seja obrigatória. A medida, no entanto, é criticada pelo Conselho Tutelar. Questionada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Educação informou que irá apurar o caso.
Enquanto isso, os pais de alunos reclamam que as crianças da escola são obrigadas a fazer a limpeza. “Se a gente não varre, vai para a direção”, afirmou um estudante de 11 anos. “Eu me sinto mal em varrer a sala porque tem faxineira na escola. Teve um dia que eu estava com a mão machucada e me fizeram varrer”, disse outra estudante, também de 11 anos, na porta da escola, na Rua Mario Lopes Leão, em Santo Amaro.
A mãe da menina, com medo de represálias, não quis se identificar, mas confirmou a versão da filha. “A escola fala que isso é uma norma e já acontece faz tempo. Não concordo, sempre achei errado porque, na matrícula, a gente já paga pela limpeza”, afirma a auxiliar de limpeza, de 45 anos.
Projeto pelo meio ambiente
Diretora de escola alega que limpeza é para preservar o ambiente
(A diretora da escola, Lázara Aparecida Pontes, confirmou a varrição, mas negou que ela seja compulsória e diária, como afirmam pais e alunos. “Existe aqui um projeto de preservação da natureza. É cuidar da casa da gente, que é a escola”, disse ela.
De acordo com Lázara, as 16 salas frequentadas por cerca de 1.500 alunos dos ensinos médio e fundamental só são varridas pelos jovens “quando estão muito sujas". "Com isso, a escola fica limpinha.” Outra mãe reclamou do constrangimento. “Acho isso constrangedor. No dia de varrer, minha filha não quis ir à escola e depois ficou com a consciência pesada porque sabia que a professora chamaria a atenção dela no dia seguinte”, contou a mulher, de 38 anos. Segundo ela, sua filha, uma garota de 11 anos, também tem problemas no coração. “Com três meses ela foi operada”, disse a mãe, que teme pelo esforço físico da estudante durante as varrições. O Conselho Tutelar de Santo Amaro foi acionado pelos pais e afirmou que irá tomar providências. "Vamos fazer visitas surpresas para comprovar isso. O estado tem como garantir faxineiros nas escolas. Não concordamos [com a varrição]. É uma situação vexatória", afirmou o conselheiro Walter Roberto Logeto.
Procurada, a Secretaria de Estado da Educação informou que vai abrir sindicância para apurar o caso, que, se comprovado, é uma medida ilegal. De acordo com o órgão, o serviço de limpeza na escola é terceirizado e há funcionários para cumprir a função. G1

 
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