O Bolsa Família deverá ganhar em 2010 mais um benefício extra: um seguro funeral que irá garantir cobertura de todos os gastos com o enterro de beneficiados do programa. O governo trabalha para anunciar o auxílio funeral no início de dezembro, durante o lançamento do marco regulatório que permitirá o funcionamento no Brasil do chamado microsseguro.Voltado para pessoas das classes C e D, com renda de até três salários mínimos por mês, o microsseguro é a aposta do governo para ampliar o acesso dessa camada da população também ao mercado de seguros, como ocorreu com bens duráveis.O presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio, antecipou ontem que a ideia do governo é garantir inicialmente o auxílio funeral e depois a cobertura de acidentes pessoais. Numa terceira etapa, seria criado o seguro vida para os beneficiários do Bolsa-Família. A inclusão do auxílio funeral no programa - que atende hoje a 11,9 milhões de famílias -, deve ajudar a deslanchar o microsseguro. Pelos cálculos da Susep, o custo para o governo do auxílio funeral será em torno de R$ 1. Com esse valor, é possível cobrir um funeral em torno de R$ 1,7 mil. Hoje, informou Vergílio, cerca de 25 milhões de brasileiros pagam mensalmente planos de auxílio funeral, a maioria oferecido por empresas não regulamentadas para operar com seguro, como funerárias, que não dão garantias de pagamento dos custos do enterro. Grande parte dos brasileiros que pagam o auxílio funeral - muitas vezes por mais de décadas - é da classe C e D. "É uma questão de honra, de família, para não dar preocupação e ônus na hora da morte", disse o dirigente da Susep.Para operar nesse mercado, as empresas terão que se regularizar e obter o registro na Susep. O governo deve enviar MP ou projeto de lei com pedido de urgência ao Congresso. A Susep prevê que, em um prazo de cinco a seis anos, as operações de microsseguros poderão atingir R$ 40 bilhões por ano. Além de preço mais baixo, o microsseguro tem como característica a redução dos custos operacionais. Hoje, no seguro tradicional, são pagos R$ 40 para a emissão de uma apólice e cerca de R$ 1,50 para cada boleto de cobrança. O governo pretende limitar em R$ 10 o valor máximo do microsseguro a ser pago por mês.(DF/AE) DiáriodoPará