Funcionários da Viação Perpétuo Socorro fizeram uma paralisação ontem contra as horas excessivas de trabalho. Mais de 100 mil pessoas ficaram sem transporte coletivo. O sindicato reclamava que o dono da empresa queria que os funcionários ficassem além do horário e não pagava as horas extras. Mais de 400 pessoas trabalham na Viação Perpétuo Socorro, que faz linha nos bairros da Sacramenta, Marambaia, Val-de-Cães, Barreiro, Marco, Bengui e Outeiro. Muitas pessoas não sabiam da paralisação dos ônibus da Viação Perpétuo Socorro e ficaram horas na parada.
Segundo o secretário-geral do sindicato, Cristian Vilhena, em maio de 2010 todos os trabalhadores do setor de transporte se reuniram e determinaram que o novo horário de trabalho é de sete horas seguidas, com intervalo nas viagens. "Só que aqui nessa empresa os funcionários trabalham mais de sete horas e não recebem horas extras. A situação ficou complicada. Não sabemos mais o que fazer. A única solução foi cruzar os braços", comentou.
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Os funcionários esperavam ansiosos por uma conversa com o dono da empresa. Na primeira visita do dia, o empresário teria dito que não teria como pagar a hora extra e que os funcionários voltariam a cumprir a jornada de sete horas. "Esperamos que isso realmente seja resolvido. Não queremos prejudicar ninguém", disse Cristian.
Para quem precisa do transporte coletivo, foi preciso paciência para esperar horas na parada. No Marex, as pessoas comentavam que tinham outras opções de transporte, entretanto eles passavam lotados. "Todos os ônibus estão lotados. É um absurdo paralisarem e não falarem nada à população", reclamou Maria Silva, que estava uma hora esperando o Marex-Centro.
Já para a aposentada Vitoria Miranda de Souza, 87 anos, a situação era mais complicada. Ela tem problema na perna e teria que andar mais para pegar o ônibus de outra empresa. "Eu tenho problema de locomoção. Eu vim de táxi para o hospital fazer a minha fisioterapia e não sabia da paralisação. Quando chegou aqui na estação sou informada de que eles estavam em greve. Agora vou ter que andar mais 10 minutos até chegar à próxima parada. Fiquei chateada", observou a aposentada.
No início da tarde os funcionários chegaram a se reunir com a direção da empresa, mas não houve acordo. Outra reunião foi marcada para o final da tarde, mas não aconteceu.