O governo do Estado divulgou ontem, em seu portal na internet, que cortará o ponto dos professores faltosos a partir de hoje e descontará os dias parados até que a reposição das aulas seja efetuada. As medidas, diz a nota, visam garantir o retorno imediato às aulas e evitar prejuízos aos estudantes e seriam motivadas pela intransigência do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), ao não encerrar a greve da categoria mesmo depois do governo ter atendido a várias reivindicações. Os professores da rede estadual estão em greve desde o dia 7 de maio.
Segundo o texto, o governo do Estado aceitou 15 das reivindicações apresentadas pelo Sintepp em relação ao PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), atendeu 14 dos 24 itens da pauta específica, aceitou 4 parcialmente e mantém 5 em negociação. Também diz que a greve foi iniciada dois meses após acordo que garantiu 6% de reajuste salarial a todo o funcionalismo e um dia após a governadora Ana Júlia Carepa ter enviado à Assembleia Legislativa o PCCR.
Antes disso, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) publicou no mesmo portal, no sábado (29), uma nota em que manifestou “seu mais veemente repúdio aos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), que de forma irresponsável estão tentando inviabilizar o semestre letivo, sob a alegação de falta de acordo por parte dos integrantes do governo”. A nota cita matéria publicada no DIÁRIO no sábado, na qual representantes do Sintepp dizem ter adiado a decisão sobre o fim da greve porque o governo teria mandado servidores com cargos de confiança) votarem pelo fim da paralisação.
Um dos representantes do Sintepp, Elói Borges, disse que a nota foi desnecessária. “Trata-nos como bandidos, quando na verdade nós estamos fazendo o nosso papel. Aliás, o fato de estarmos liberados para o sindicato nos dá a possibilidade de estudar e conhecer de perto a realidade educacional de todo o Estado”, disse, referindo-se a um trecho que afirma que a coordenadora do sindicato, Conceição Holanda, encontra-se há muito tempo fora da escola.
Ouvida pelo DIÁRIO sobre o corte do ponto, Conceição Holanda disse que a decisão não muda a mobilização dos professores e que é a categoria quem vai decidir se termina ou não a greve, somente na tarde de amanhã, quando deve ser realizada a assembleia dos professores.
