Devem ser transferidos ainda hoje os sete envolvidos no esquema de falsificação da prova do concurso público da Polícia Civil, no último domingo. De acordo com a assessoria da instituição, até o início da noite de ontem, os acusados permaneciam detidos na Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) à espera da homologação da transferência, solicitada pelo delegado Rogério Moraes junto à Justiça. A quadrilha era chefiada pelo estudante de Direito, identificado apenas pelo prenome de Jonas, que contratou Wellington Jonata Barbosa e outro indivíduo identificado por Rosival, para fazerem a prova no lugar dos candidatos Walter Lima Martins e Brunner Moraes da Silva. Jonas faria a prova no lugar de Anderson Paulo de Oliveira Gomes.
Todos foram autuados em flagrante, inclusive o sétimo envolvido, Edson Nogueira Guerra, que teria falsificado os documentos. Eles vão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsidade e uso de documento público.
Ontem, uma comissão formada por candidatos do concurso público para a Polícia Civil do Pará entrou com representação junto ao Ministério Público do Estado (MPE) para denunciar indícios de fraudes no certame e pedir a anulação da prova aplicada no último domingo, 16. Eles delataram que alguns dos envelopes, contendo o caderno de questões, estavam violados e que as provas haviam sido mexidas. O caso será acompanhado pela promotora Maria Dias Graças Corrêa Cunha, da 7ª Promotoria de Defesa dos Direitos Fundamentais, Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa
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No dia da prova, os sete foram presos em flagrante por tentativa de fraude no concurso – que ofertava 720 vagas para os cargos de delegado, escrivão e investigador. Mas de 26 mil pessoas se inscreveram.
Até o final da tarde de ontem, eram quatro os envelopes de provas violados, de acordo com as denúncias. Uma dessas ocorrências aconteceu na sala de número 16, na Escola Eunice Weaver (Pratinha I), onde a candidata Bianca Torquato Burlage, fez a prova para delegada. Ela disse que o envelope já chegou na sala rasgado e com uma das provas sem o grampo. Outro envelope violado estava na sala 4 da Escola Mário Chermont.
A assessoria informou que hoje o Ministério Público deverá se manifestar sobre o caso. A MS Concursos, responsável pelo concurso, não se pronunciou. A Polícia Civil informou que, até então, o certame não será anulado.
(Diário do Pará)