PIONEIRO AFIRMA TER SIDO VÍTIMA DE ARMAÇÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Simone Morgado fez uso de documentos com ma fé, defende o presidente da Casa.  
Casinha, arapuca, traição. Essas palavras foram exaustivamente repetidas na entrevista que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), deputado estadual Manoel Pioneiro (PSDB), concedeu a O LIBERAL. Ele não tem dúvida de que as denúncias recentemente divulgadas pela deputada estadual Simone Morgado (PMDB), primeira secretária da Mesa Diretora, levantando suspeitas agora sobre concorrências públicas de carta-convite e pregão presencial na gestão do parlamentar tucano, são motivadas por pressão dos peemedebistas contra o governo Simão Jatene. Pioneiro crê, também, que trata-se de uma perseguição pessoal, já perpetrada em outros anos eleitorais, pelo PMDB, que teme a sucessão na Prefeitura de Ananindeua, ocupada por Helder Barbalho, herdeiro político do senador Jader Barbalho, presidente da legenda no Pará. O cenário político na Alepa nunca esteve tão conturbado. E deve piorar se a dúvida sobre a insatisfação do PMDB com o governo tucano não for esclarecida pelo governador, que chegou de viagem tendo que retomar os ajustes da máquina administrativa e dos acordos políticos.
n Que avaliação o senhor faz hoje do clima na AL?
o Nós começamos o ano com a perspectiva de que pudéssemos trabalhar na perspectiva de construção de uma nova sede da Assembleia, de união com todos os partidos, para o crescimento e o desenvolvimento do Estado do Pará. Como nós tivemos muitos problemas no ano passado, acreditávamos que esse ano seria um ano mais fácil. E, de repente, o clima ficou muito pesado, muito tenso, com denúncias que até então não deveriam ser expostas, deveriam ter sido apuradas internamente, e nos vemos nesta condição de ter que enfrentar novamente denúncias na Casa.
n Mas dessa vez as denúncias envolvem a sua gestão. Até então, elas envolviam a do antigo presidente. Essas denúncias procedem? O que motivou essas denúncias?
o Essas denúncias não procedem. Foram erros administrativos que podemos e já estamos corrigindo. Eu acho que o que motivou essas novas denúncias foi o trabalho realizado ali, uma economia de quase R$ 50 milhões. Foi a proposta que nós fizemos para o governo do Estado de uma economia de R$ 30 milhões para o ano de 2012, que nós vamos cumprir. Nós fizemos um acordo para ir trabalhando e fizemos os encontros necessários para que as dívidas que nós temos, e os compromissos que nós temos ali, e tudo do passado, fosse limpo, ajeitado. E a transparência necessária para aquela Casa, nós demos. E acho que tudo isso incomodou. E quando fazem pesquisas nos municípios, o meu nome aparece muito bem. Isso está mais com cara de perseguição política, mais com cara de quem quer fazer política em cima do que nós fizemos ali do que quem quer resolver os problemas da Assembleia.
n O PMDB está com medo da sua volta a Ananindeua?
o Olha, eu não digo o PMDB. Isso é uma coisa que não é simples, é política mesmo. Mas isso é uma coisa que nós temos que esclarecer, porque hoje sou acusado pela primeira secretária da Mesa, onde ela diz que nós estamos no mesmo jeito que estavam os nossos antecessores, que nada mudou. Na minha visão, nós mudamos sim. Nós transformamos aquela Casa, nós chegamos a fazer pregão naquela Casa, nós chegamos a fazer as licitações corretas. Agora, se tem uma falha um erro, uma outra falha, ela errou tanto quanto eu, porque ela é responsável como primeira secretária. Nós temos que fazer com que a Casa volte a funcionar. Nós temos que estabelecer a transparência que nós nos propomos o tempo todo que seja também na nossa administração. Agora eu não posso pagar por erros administrativos. Nós temos diversas comissões: nós temos Auditoria, Procuradoria, temos a comissão de controle interno, e também o departamento financeiro. Isso tudo! E temos a primeira secretaria! A primeira secretária tem a mesma função que a minha, de administrar a Casa. Se faltar alguma coisa, se identificar algum erro, se nós tivermos que assinar cheques. Se vejo algum erro, eu tenho que chamá-la, chamar a procuradoria, a auditoria, o departamento financeiro e corrigir. Se esses erros não foram corrigidos, se foram acumulados ao longo dos meses, denúncia de agosto, ela deveria ter me chamado ou quem de direito para corrigir. Mas ela deixou essas denúncias acumulando, juntando documentos, para dizer que a minha gestão, a nossa gestão, que também é dela, está igual a outra. 

 
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