MARIO COUTO DECLARA GUERRA CONTRA JADER BARBALHO


Senador Mário Couto
 O senador Mário Couto (PSDB-PA) declarou ontem guerra ao seu colega de bancada Jader Barbalho (PMDB-PA). Da tribuna do Senado Federal, Couto discorreu um duro discurso contra o parlamentar, principalmente contra o jornal de propriedade da família do peemedebista. Erguendo o jornal para os seus pares, o senador levantou suspeita sobre a origem do veículo de comunicação e de como Barbalho conquistou o seu patrimônio milionário. 'Vejam o que diz, senadores e senadoras, o jornal que tenho em mãos: ‘Diário do Pará’. Todos os paraenses sabem qual foi a sua formação. Todos os paraenses têm conhecimento da sua formação, da sua origem. (...) Todos sabem quem são os donos', disse o senador, para, em seguida, contestar a riqueza do seu oponente, sem citar nenhum nome.
'Diga-me, nação brasileira, como pode? Aqueles que fizeram exatamente o mesmo caminho que eu, como podem ter televisão, jornais, rádios, fazendas? Como pode, Brasil? Político que só militou na política que vira rico de uma hora para outra é ladrão! Não adianta querer explicar o patrimônio, (...) que não explica nunca!'.
O senador tucano comparou a cobertura dos dois principais jornais do Estado na crise da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Segundo ele, as matérias do 'Diário do Pará' seguiram uma linha tendenciosa, enquanto O LIBERAL teve um procedimento sério, publicando 'exatamente o que está nos autos do processo'. Para tanto, o parlamentar requereu congratulações às Organizações Romulo Maiorana (ORM). 'Requeiro votos de aplauso às Organizações Romulo Maiorana, do Estado do Pará, pela maneira ética, imparcial, séria e competente com que produzem e vinculam a sua reportagem, dando exemplo não apenas ao Pará, mas a todo o País, de como se pratica o bom jornalismo. Requeiro ainda que os votos sejam encaminhados aos digníssimos senhores Romulo Maiorana Júnior - presidente executivo da ORM - e Ronaldo Maiorana - diretor jurídico das organizações'.
orm

O tucano elogiou a dignidade e honradez do fundador das ORM, Romulo Maiorana, que construiu seu patrimônio de forma íntegra e exemplar. 'O que o Grupo Maiorana tem é lícito, o patrimônio é integro, a moral jamais será abalada porque aquele patrimônio foi feito com o suor do pai (Romulo Maiorana) e com o suor dos filhos, com dignidade de cada um, com a moral de cada um, com a seriedade de cada um. Já aquele outro, todos sabem a quem pertence', comparou.
Em uma clara alusão ao senador recém-empossado, Couto garantiu que só possui duas casas e não tem patrimônio em nome de irmão, filho ou esposa e que está pronto para a briga política no Pará. 'Essa minissérie começou hoje. Se querem briga, vamos para a briga, vamos para o pau. Cada um sabe como fede, cada um sabe como fede. Esse é o início da minissérie. Pode vir quente que eu estou fervendo. (...) Mexam, podem mexer comigo, podem falar a inverdade, podem colocar mentiras neste jornal que a mim isso não abala. A minha moral é maior do que este jornalzinho', asseverou o Couto. Ontem, o tucano iniciou o que chamou de 'minissérie' para revisitar todo o passado do peemedebista, mostrando a cada capítulo, como anunciou, os processos que Jader ainda enfrenta na Justiça, sua prisão e o processo de enriquecimento espetacular na vida pública. Barrado pela Ficha Limpa, Barbalho só tomou posse em dezembro, em pleno recesso parlamentar. Ontem, Couto disse que o Senado está corrompido com a presença de Jader.

Senador Mario Couto

Senador tucano lança acusações contra peemedebista, principalmente sobre a evolução patrimonial

'Erro brutal' em acusações de desvios
O senador Mário Couto (PSDB-PA) rebateu as acusações de participação em desvios de recursos públicos na Alepa. Ele classificou como 'erro brutal' a ação do promotor Nelson Medrado de denunciá-lo à Justiça, juntamente com sua filha, a deputada estadual Cilene Lisboa Couto Marques, e mais de dez outras pessoas por improbidade administrativa. Segundo Couto, seu crime no esquema, de acordo com a denúncia, teria sido de omissão, por não ter percebido a falsificação nas assinaturas. Para Couto, Medrado agiu com o coração, e não com a razão, por ter ressentimentos contra ele.
Couto diz ter questionado, à época em que presidia a Alepa, o pedido de reintegração da esposa de Medrado ao quadro de servidores efetivos da Casa. A servidora seria do quadro temporário da Alepa e estaria requisitada para o serviço federal havia 22 anos. No entendimento do senador, reintegrá-la seria uma 'brutal irregularidade'. 'Eu pedi o parecer à Procuradoria-Geral da Casa e a procuradora da época, Dra. Maria Eugênia, me instruiu a não reintegrá-la no quadro efetivo, mas reintegrá-la à Assembleia. Bastou isso para que o procurador Nelson Medrado criasse em seu coração uma raiva contra a minha pessoa', afirmou, lembrando que, ao final, o Supremo Tribunal Federal determinou a reintegração da servidora.
O senador disse entender como um erro, e não como um crime, o fato de o promotor não ter se declarado impedido de investigá-lo, em virtude do episódio envolvendo sua esposa. Por isso, não pretende representar contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Para o senador, só a raiva justificaria o promotor denunciar não somente a ele, Couto, mas sua filha e sua secretária, esta última acusada de receber R$ 4,9 mil a mais no contracheque - valor que, explicou Couto, teria sido estornado em folha logo depois.
CONFIRA TRECHOS DO DISCURSO DE MÁRIO COUTO
Vejam o que diz, senadores e senadoras, o jornal que tenho em mão: 'Diário do Pará'. Todos os paraenses sabem qual foi a sua formação. Todos os paraenses têm conhecimento da sua formação, da sua origem.
Diga-me, nação brasileira, como pode? Aqueles que fizeram exatamente o mesmo caminho que eu, como podem ter televisão, jornais, rádios, fazendas? Como pode, Brasil? Político que só militou na política que vira rico de uma hora para outra é ladrão! Não adianta querer explicar o patrimônio, (...) que não explica nunca!'.
Como é possível ser bilionário somente militando na vida pública? Como? Isso é uma imoralidade! É por isso que a nossa classe política não tem credibilidade neste País. E a cada pesquisa que se faz a classe política está lá embaixo.
O que o Grupo Maiorana tem é lícito, o patrimônio é integro, a moral jamais será abalada porque aquele patrimônio foi feito com o suor do pai (Romulo Maiorana) e com o suor dos filhos, com dignidade de cada um, com a moral de cada de um, com a seriedade de cada um. Já aquele outro, todos sabem a quem pertence.
Vocês jamais verão este homem envolvido em corrupção. Entrei na política e vou sair como entrei. Saio com a mesma dignidade. Não tenho patrimônio nenhum em nome de irmão; não tenho patrimônio nenhum em nome de filho; não tenho patrimônio nenhum em nome de minha mulher; não tenho patrimônio nenhum...
Essa minissérie começou hoje. Se querem briga, vamos para a briga, vamos para o pau. Cada um sabe como fede, cada um sabe como fede. Esse é o início da minissérie. Pode vir quente que eu estou fervendo.
E aqui, a próxima minissérie é fazer comparações; a próxima minissérie é trazer os dados, é mostrar o patrimônio, é mostrar o que aconteceu na prática. Esse é o próximo capítulo da minissérie. Mexam, podem mexer comigo, podem falar a inverdade, podem colocar mentiras neste jornal ['Diário do Pará'] que a mim isso não abala. A minha moral é maior do que este jornalzinho.

 
BLOG ARIEL CASTRO © 2012 | Designed by NOVA CV