Ele se passava por policial civil para não ser pego
A Polícia Civil de Castanhal divulgou, nesta terça-feira (16), o cumprimento da prisão preventiva decretada contra o ex-radialista Amós Silva Freitas, 26 anos, que estava foragido da Justiça, após ser condenado à pena de oito anos de reclusão pelo crime de estupro de vulnerável. Ele foi preso em flagrante após fazer ameaças de morte à companheira. Freitas se disfarçava de policial civil para tentar escapar da prisão. Uma carta com as ameaças escritas pelo acusado foi apresentada ao delegado Fábio Veloso de Castro, da Seccional de Castanhal, pela vítima, uma professora do Estado.
A prisão de Freitas foi efetuada no último dia 12. O ex-radialista foi apresentado na 12ª Seccional Urbana de Castanhal e já está recolhido no presídio do Centro de Reabilitação do Sistema Penitenciário do Pará, em Castanhal. A condenação de Amós Freitas foi consequência do processo criminal em que ele foi indiciado por estuprar uma adolescente em Garrafão do Norte, no mês de janeiro do ano de 2010. Na época, ele trabalhava como locutor em uma rádio do município. Após ser condenado pelo estupro, Amós Freitas recorreu da sentença na Justiça e aguardava em liberdade, desde então, a decisão judicial.
orm
No dia 18 de maio de 2010, ele foi novamente preso, desta vez, autuado em flagrante pela prática do crime de receptação por ter comprado uma motocicleta roubada. Na época, ele ficou recolhido no cárcere da Delegacia de Nova Esperança do Piriá, município vizinho a Garrafão do Norte. Em novembro de 2010, ele conseguiu fugir do local juntamente com outros presos. Após a fuga, o ex-radialista fugiu da cidade e passou a viver escondido no bairro do Jaderlândia, em Ananindeua, na Grande Belém. Segundo o delegado Fábio Veloso de Castro, o condenado passou a frequentar uma igreja evangélica, em Ananindeua, iniciando um relacionamento amoroso com uma professora do Estado.
A professora, cujo nome será mantido sob sigilo, após alguns meses de relacionamento com Amós passou a desconfiar dele, pois ele omitia informações sobre sua vida à companheira. "Ele chegou a alegar à mulher que trabalhava como escrivão da Polícia Civil e havia sido transferido recentemente da cidade de Anapu (oeste do Pará) para a Seccional de Icoaraci (distrito de Belém)", apurou o delegado. Ainda, segundo o policial, a professora passou a investigar a vida do companheiro até descobrir o verdadeiro nome dele. Ao pesquisar a vida do acusado na Internet, a mulher descobriu que ele era foragido da Justiça. Dessa forma, conta o delegado, a professora terminou o relacionamento com o ex-radialista, que, no entanto, passou a ameaçar de morte a mulher.
"Ele dizia para ela que iria matar a mesma ou a seus pais se ela não reatasse o relacionamento com ele", salientou Castro. Na última quinta-feira (11), o ex-radialista chegou a ir até a escola onde a professora trabalha e ali entregou uma carta a uma funcionária da escola. Na carta, ele fazia ameaças à professora. Ela, então, procurou ajuda na Seccional de Castanhal, onde o delegado Fábio Veloso de Castro e o investigador Amoras passaram a investigar o paradeiro de Amós.
A mulher, no mesmo dia, descobriu que, naquela ocasião, o acusado estava na casa de uma irmã, no Conjunto Bibiana, no bairro de Jaderlândia, em Castanhal. Assim, a equipe policial foi até o endereço e ali conseguiu capturar o ex-radialista. Com ele, foi apreendida uma blusa escura com o brasão da Polícia Civil bordado na cor cinza na parte frontal. Também foi apreendido o aparelho de telefone celular que continha mensagens com ameaças à vítima.
Ouvido em depoimento, o ex-radialista confessou as ameaças feitas à professora e admitiu que realmente se identificava como policial civil. Assim, o delegado o autuou em flagrante por ameaça e pertubação do trabalho, crimes previstos na Lei Maria da Penha, e ainda por usurpação da função pública, previsto no Código Penal, por ter se passado por servidor público da Polícia Civil. Após comunicada ao Poder Judiciário de Castanhal, o procedimento de flagrante contra Amós foi homologado pela Comarca de Justiça de Castanhal. O cumprimento da prisão de Amós Freitas foi comunicado à Justiça de Nova Esperança do Piriá e à Seccional de Jaderlândia, em Ananindeua, pois existe ali um boletim de ocorrência registrado pela professora contra o ex-radialista.