Juiz e polícias civil e militar encontram R$ 1,1 milhão no aeroporto de parauapebas. dinheiro seria para campanha.
A Justiça
Eleitoral do Pará apreendeu, na manhã de ontem, pelo menos R$ 1,130
milhão em notas de R$ 20,00 e R$ 50,00 dentro de uma aeronave que
acabara de aterrissar no aeroporto de Parauapebas, na Serra dos Carajás.
O juiz da 75ª Zona Eleitoral de Parauapebas, Líbio Araújo Moura,
recebeu, há alguns dias, a denúncia de que o avião chegaria a
Parauapebas transportando um grande volume de dinheiro que seria usado
na campanha eleitoral do candidato do PT, José das Dores Couto, o
"Coutinho do PT". Na operação foram detidos Adinaldo Correa Braga,
Rosangela Noronha Machado Braga e o piloto da aeronave Lucas Silva
Chaparra. O candidato do PT não foi localizado para falar sobre a
apreensão feita pelo Justiça eleitoral.
O
dinheiro estava no interior da aeronave dentro de três grandes mochilas
que foram apreendidas pela justiça eleitoral em uma operação que contou
com o apoio das polícias civil e militar de Parauapebas. Todo o dinheiro
foi levado para uma agência do Banco do Brasil de Parauapebas, onde foi
contado e depositado em juízo, onde ficará à disposição da justiça até
que seja detectada a procedência e a sua destinação. A numeração das
cédulas apreendidas será encaminhada ao Banco Central para possível
rastreamento da origem dos recursos.
Na
tarde de ontem, uma fonte da Polícia Civil que participou da operação e
pediu para não ser identificada relatou que no momento do flagrante os
três detidos afirmaram que o dinheiro foi trazido de Belém para
Parauapebas, onde seria distribuído entre coordenadores da campanha do
candidato José das Dores Couto, o "Coutinho do PT". No final da tarde de
ontem, os três acusados foram transferidos para Marabá, onde foram
apresentados na Superintendência da Polícia Federal, sendo autuados pelo
crime de formação de quadrilha. Ao Portal G1, Nilson Dias, presidente
do PT e da coligação petista em Parauapebas, afirmou que o dinheiro não
está ligado à campanha do candidato "Coutinho do PT" e que os detidos
chegaram a trabalhar para o PT nas últimas eleições, mas não estão mais
ligados ao partido.
Crime - "Há
indícios de que seria de campanha", afirmou o delegado Antônio Miranda,
titular da delegacia de Parauapebas, responsável pelas investigações,
sobre o dinheiro apreendido. Questionado se os detidos estão ligados a
algum partido, o delegado não respondeu. Já o juiz eleitoral Líbio
Araújo Moura avalia que, mesmo que o dinheiro não seja caixa dois de
campanha eleitoral, trata-se, aparentemente, de um recurso não
declarado, o que pode configurar o crime de lavagem de dinheiro.
"Tínhamos a informação de dinheiro chegando e que estava envolvido em
campanha. A contabilidade está sendo feita e vamos apresentar à Polícia
Federal, porque se trata de crime eleitoral ou lavagem de dinheiro, já
que não apareceu o proprietário dessa quantia", disse o juiz