Recentemente estou sendo procurado
com freqüência por ouvintes indignados com a saúde pública no município de São
Miguel do Guamá, no nordeste Paraense. Pessoas carentes, que não dispõem de
poder aquisitivo, quais se acham humilhados quando procuram por atendimento
médico no Hospital municipal da cidade.
Eu de
maneira alguma posso me calar diante de tal fato, eu com uma vida no rádio
paraense conquistei o principal para um apresentador que é a credibilidade, a
confiança do ouvinte pela minha postura em defesa do
cidadão.
Eu durante
essa semana que está passando, passei por momentos delicados, quando o meu irmã
Odivan Guilherme, um portador de necessidades especial, ele mudo e surdo veio o
adoecer, meu irmão ta a uma semana doente, com fortes dores, náuseas, debilitado
sem se alimentar, e toda vez que meus pais levam ele no Hospital Municipal os
técnicos de enfermagem atendem, fazem um injetável, aplicam um soro e mandam
embora pra casa, detalhe todo esse martírio já se arrasta por uma semana,
ninguém ta dormindo direito em casa pelo fato do meu irmão ta agonizando em
dor.
O
revoltante é que eu fui numa dessas noites com ele ate aquela casa de saúde, o
que eu vir foi um desrespeito com o usuário, cama de ferro enferrujada sem
colchão, se o parente quiser tem que jogar o enfermo em cima de cama velha
enferrujada e sem colchão, e quando tem colchão é um colchão coberto por um
material plástico, não se tem coberto nas camas e nem lençol, eu tive que pegar
em minha casa travesseiro e lençol para o meu irmão não ficar tomando soro numa
sala fria e sem instrutora na enfermaria.
Ontem
Sexta feira dia 16 foi mais uma noite de agonia novamente tivemos que levar o
meu irmão ao Hospital devido às fortes dores, minha mãe já não agüentando
perguntou pelo médico de plantão ela queria que ele atendesse o meu irmão, que
fizesse uma avaliação, pois completou uma semana de ida e vinda a procura de um
atendimento satisfatório e até agora nada. A resposta foi que o médico já tava
vindo da cidade de Castanhal, o triste que na espera tenham crianças chorando
nos corredores consumidos pela dor, tinham mães com crianças esperando pelo
médico desde 9 horas da manhã e quando ele chegou não deu atenção necessária
para quem estava a sua procura, subiu e quando questionado disse que ele era
cirurgião e não clinico geral, um médico mal educado que apesar de sua formação
não aprendeu a adquirir um lado humanitário deixando dezenas de vidas esquecidas
nos corredores sofrendo pelo descaso com a saúde
pública.
Supostamente quem chega ao hospital é
atendido por um técnico em enfermagem, no máximo por uma enfermeira, e os
procedimentos usado é aplicação de um injetável e um soro e mandam embora pra
casa sem qualquer avaliação médica.
Segundo
informações o material cirúrgico é esterilizado na cidade de Mãe do Rio, quando
falta energia elétrica tem que suspender atendimento médico ou até mesmo
cirurgia, pois o gerador não funciona mais e até a água colocada no bebedouro
pros usuários do Hospital Municipal beber é pego numa torneira, uma água sem o
menor tratamento, que pode vir a agravar a saúde de quem bebi essa
água.
Nessa
semana uma pessoa morreu no Hospital Municipal, familiares me procuraram pra
reclamar, dizendo que ao dar entrada na enfermagem se tivesse um aparelho para
reanimar a vitimas talvez o senhor não tivesse morrido, eles me informaram que
até mascara de oxigênio não tinha, colocaram um tubo na boca do
paciente.
Gostaria
que fosse visto com mais carinho a saúde pública de nossa cidade, aja vista que
se trata de algo essencial e ninguém pede para adoecer, se alguém procura por
atendimento médico é por que necessita então vamos proporcionar um atendimento
digno para o nosso povo, e que os médicos sejam mais
humanos
Blog do
Odecy Guilherme