Setores que demandam mão de obra sustentam atividade econômica. Demografia é outra razão para emprego em alta.
Os números positivos sugerem que o mercado de trabalho, especialmente
no setor de serviços, ainda resiste ao baixo crescimento da economia.
A locomotiva econômica brasileira perdeu força em 2012, mas, mesmo com o
país crescendo pouco, as contratações com carteira assinada continuam
aumentando, ainda que em um ritmo mais lento. O Brasil encerrou o ano
com desemprego historicamente baixo, apesar da economia mais fraca. O
que parece contraditório tem explicação, segundo André Loés,
economista-chefe do Banco HSBC.
“O mercado de trabalho sempre leva mais tempo para se ajustar do que os
demais mercados, ele tem uma série de rigidez, mas, neste momento, a
questão de falta de mão-de-obra mais especializada no Brasil está
fazendo com que essa dicotomia permaneça mais tempo do que o normal”,
afirma Loés.
O que também explica o baixo desemprego é o fato de setores que
demandam muita mão de obra, como comércio, serviços e construção civil,
estarem sustentando a atividade econômica no país.
A indústria, o setor que tem o pior desempenho da economia, consegue
funcionar com muitas máquinas, sem empregar tanta gente. Quando vai mal,
o impacto no mercado de trabalho não é tão grande. O especialista em
mercado de trabalho diz ainda que a demografia é mais uma razão para o
emprego em alta com a economia desacelerando.
“A população brasileira cresce cada vez menos. Isso significa que, a
cada ano, menos gente, menos jovens, chegam ao mercado de trabalho. O
emprego cresce, mas tem menos gente para ocupar esses empregos. Por
causa da demografia, mesmo que a gente tenha pouco crescimento
econômico, a taxa de desemprego pode ficar baixa durante muito tempo”,
diz Hélio Zylberstajn, professor de Economia do Trabalho da FEA-USP.
Fonte: globo.com
Fonte: globo.com