O juiz paraense Deomar Barroso, uma vez por mês,
libera 300 detentos de cadeias espalhadas em 16 municípios, para
trabalhos externos como reformas e pequenos reparos em praças e prédios
públicos.
O trabalho do preso, além de comprovado aumento na autoestima e recuperação, desconta-lhe dias de pena.
> Testemunhos
O
projeto, também, inclui palestras (testemunhos) dos presos a estudantes
de ensino médio. “Eles contam como é dividir um só banheiro com 20
colegas de cela, ver gente sendo morta na prisão, se alimentar da
péssima comida geralmente servida nos presídios, ser abandonado pela
própria família”, declara Deomar Barroso.
> Transformando infernos em purgatórios
Em
Belém, o juiz Cláudio Rendeiro é um apaixonado entusiasta da
humanização das penas, cujo objetivo é tentar transformar os infernos
que são as prisões, em, pelo menos, um arremedo de purgatório.
> Termômetro de civilização
Eu
digo que quando você quiser constatar o verdadeiro grau de civilização
de um povo, visite as prisões e os hospitais do país.
O
Canadá foi o país que mais me impressionou: vi penitenciárias e
hospitais que não alcançam 10% da lotação, e ambos com espaços e
equipamentos dignos.
A Holanda está desativando presídios
e os transformando em museus ou hotéis, pois 70% das penas de reclusão
foram transformadas em prestação de serviços sociais, ou em multas que o
apenado pode parcelar, quando muito pesadas, em até 10 anos.
Foto: CNJ