MATOU SUA MÃE A PAULADA AGORA ESTA ARREPENDIDO

Depois de ter participado da morte da própria mãe, em um crime sobre o qual ainda falta esclarecer se ele teve a ajuda de alguém ou se agiu sozinho, Jeferson Lima de Oliveira está com medo de morrer e quer que a Justiça o proteja. À justiça divina, ele pede para ser perdoado. Diz que não tem mais família e ainda sonha em um dia sair da cadeia e 'começar uma nova vida'. Ele fala disso e de outras coisas nesta entrevista exclusiva concedida ao jornal Amazônia.
Como você está se sentindo hoje, depois de ter matando e jogado sua mãe no fundo de um poço?
Muito constrangido, arrependido. Foi tudo muito chocante, nem sei o que falar.
Você conviveu por quanto tempo com ela?
Desde pequeno, e quando completei 16 anos fui pro sul do Pará (Parauapebas, onde foi morar com um irmão, de prenome Jairo). Arrumei uma mulher, mas tudo por pouco tempo. Depois fui morar de novo com ela.
O que você mais lembra de sua mãe?
Era uma pessoa legal. Só que nesse dia parece que o diabo trabalhou e eu fui 'consentido' a fazer essa coisa com ela. A imagem que vou guardar sempre dela é que ela sempre dizia que aqui na Terra aqui se faz e aqui se paga. Agora eu fiz um negócio desses, mandei fazer, e agora estou pagando.
Você acha que por uma dívida de R$ 1.500,00 (que ele disse, à polícia, que devia para o parceiro Marcelinho) justifica matar a própria mãe?
Não, eu não sei onde estava com a cabeça. E aconteceu isso.
O que você acha que vai ser do seu futuro?
Para mim não existe mais futuro, vida. Só inferno. Se eu tivesse uma arma tirava minha vida. Não faz mais sentido eu viver.
Quando foi que você tomou consciência da sua situação, quando a ficha caiu?
Desde quando eu soube que realmente ela tinha morrido eu fiquei muito triste. Comecei a chorar, a me desesperar, vi que não tinha mais jeito. Passei a tentar negar o crime, não sabia o que passava na minha cabeça, uma coisa muito ruim.
Depois você queria vender a casa e fugir?
Não. A minha própria mãe estava pensando em deixar a casa comigo. Eu tinha um caso com uma dona (Cléia) muito legal, muito importante na minha vida, e ia embora para Belém trabalhar, e mandar dinheiro pra eu melhorar a casa. Eu sou pedreiro e sei fazer uma casa. Aí esse cara (Marcelinho) vivia me perturbando, que eu devia os R$ 1500,00 para ele (Jeferson disse que vendeu, para Marcelinho, um terreno 'alheio', que não era dele), que ia tirar minha vida. Ele colocou umas três vezes uma arma em cima de mim, eu fiquei muito assustado e nesse momento o diabo me cegou e veio essa idéia de tirar a vida da minha própria mãe.
Foi você mesmo quem fez a proposta para o Marcelinho?
Foi. Eu disse pra ele (Marcelinho) que o único meio de pagar a dívida era vender a casa da minha mãe, e que só poderia vender se ela fosse falecida. Ele então se ofereceu para tirar a vida da minha mãe. E foi o que aconteceu.
Na hora que estavam levando sua mãe, não deu vontade de evitar isso?
Deu, mas ele (Marcelinho) estava com uma arma na mão, invadiu a casa dizendo que ia levar minha mãe. Ela estava dormindo, e quando se acordou e se levantava da cama ele deu um murro na cabeça dela e ela desmaiou. Depois pegaram pelos braços e pernas e levaram para dentro do carro. Eu fui para o banheiro, abri o chuveiro e comecei a chorar. Fiquei como se estivesse amarrado, nervoso, tremendo. Depois disso fui planejar o que ia inventar para o sumiço da minha mãe. Eu pensava que nunca iam encontrar o corpo dela.
Você agora está com medo de morrer?
Muito. Muito mesmo. Eu prefiro me matar do que ter uma morte igual a que minha mãe teve. Não tenho mais família. Eu não estava consciente do que fiz e por isso queria a Justiça, para eu pagar meu crime e um dia poder sair e tocar minha vida. Procurar uma igreja, um pastor. Nunca tive um pai, o que tinha era um carrasco, sempre longe de nós. A minha mãe foi quem sempre cuidou de nós. Agora só vou orar a Deus para que ele me perdoe. Que seja feita a vontade dele.
'Monstro' de concórdia do Pará apresentou duas versões à Polícia
Jeferson Oliveira, 21 anos, matou a mãe, a dona de casa Dalva Lima de Oliveira, 45, a pauladas na tarde do último domingo e jogou o corpo dentro de um poço desativado, localizado a menos de dois quilômetros da casa dele, na rua Maruana, periferia de Concordia do Pará.
Anteontem, o acusado apresentou versões diversas sobre o crime, consideradas fantasiosas pela polícia. Na primeira, disse que na tarde de domingo a mãe tinha sido levada por três homens e uma mulher para São Luís, no Maranhão, onde o marido dela estaria preso. Na segunda, que estava devendo R$ 1.500,00 a um parceiro de roubos e furtos, que ele identifica apenas como 'Marquinhos', versão confirmada na entrevista exclusiva.
Para transferir Jeferson de Concórdia do Pará para Castanhal foi necessário um forte aparato policial, já que centenas de pessoas queriam retirar o criminoso da delegacia e linchá-lo. A PM de Tomé-Açu garantiu a saída do acusado.
O plano deu errado a partir do momento em que ele contou a história de que a mãe tinha sido levada para São Luís por desconhecidos. Acusado de vários crimes e preso em 2006 na Delegacia de Mãe do Rio, onde passou três meses e fugiu, Jeferson era malvisto pelos familiares de sua mãe que residem em Concórdia.Na manhã de anteontem familiares e amigos de Dalva passaram a procurar por ela na área onde ela foi vista pela ultima vez. O mau cheiro vindo de dentro do poço chamou a atenção das pessoas, que encontratam o corpo no local.
Amazônia

 
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